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sábado, 23 de maio de 2009

Luso - 3º dia

Este dia foi aproveitado para andar por aqui, e finalmente entrar na Mata do Buçaco (ou Bussaco, como antigamente). É realmente uma maravilha da Natureza. A quantidade e qualidade da flora é magnífica. O cenário assemelha-se a Sintra, mas com mais claridade e maior diversidade de espécies arbóreas.

Entrámos pela porta do Luso, e parámos na fonte Fria, onde um grupo de pessoas iam iniciar um piquenique, coisa que na zona é perfeitamente comum. A estupidez levou-os a colocar tudo o que era bebida, refrigerante e vinho dentro da própria fonte, inclusivamente uma caixa de cartão com garrafas. Não compreendo porque é que nós somos assim tão inconscientes.

Com a R. a dar de mamar ao A., eu e o D. subimos todos os degraus da fonte para vermos os diversos andares da mesma. Chegados lá acima, o D. queria continuar pelo carreiro, mas tivémos que ir para baixo pois não tinha piada andarmos nós a passear com os outros dois elementos da familia dentro do carro.

Fomos então até ao Palácio Hotel do Buçaco, onde visitámos o convento de Santa Cruz do Buçaco. O Palácio é algo de… espectacular. Não se pode visitar, a não ser que sejamos hóspedes. Deve ser das obras mais belas que eu vi em Portugal e no estrangeiro. Claro que como Hotel de 5*, o custo de aqui pernoitar é demasiado elevado para os comuns mortais, ainda mais quando são Portugueses.

Para entrar no convento paga-se 1€/adulto, até aos 64 anos, e as crianças não pagam. (Como é que é possível podermos manter os nossos monumentos com uma quantia tão baixa! Fosse noutro país e pagaríamos mais do que o dobro.)

O convento foi fundado em 1628 e pertencia à ordem dos Carmelitas Descalços. Achámos engraçado as portas e o tecto serem feitos de cortiça, talvez por ser um excelente elemento isolador. Em cada canto do claustro-corredor, existem painéis de azulejo. Existe uma porta que nos dá acesso à igreja, onde se encontra o túmulo de D. João de Melo, bispo de Coimbra que foi quem doou as terras à Ordem. Na sua lápide pode ler-se:

Vivo, não morto
Aqui está, não jaz
D.João de Melo
Bispo de Coimbra

De volta ao claustro, outra porta permite-nos entrar nas acomodações do Duque de Wellington, que aqui pernoitou após a famosa Batalha do Buçaco, que decorreu a 27 de Setembro de 1810, e onde o império napoleónico (ou o império do Ladrão) sofreu a sua primeira derrota.

Démos a volta completa ao palácio e seguimos uma estrada que foi dar a um passo, isto porque dentro da Mata do Buçaco existe uma via sacra com os 20 passos de Cristo. Por motivos óbvios, não nos metemos na aventura de percorrer a mata a pé, mas fica prometido para uma outra oportunidade, até porque é a única maneira de a apreciarmos devidamente.

Entrámos no carro e fomos até à Cruz Alta, de onde se tem uma vista magnífica sobre três distritos, Coimbra, Aveiro e Viseu. É o ponto mais alto do Bussaco.

Almoçámos no restaurante “O Cesteiro” no Luso, onde fomos muito bem presenteados com um “Bacalhau à Cesteiro”, que terminou com umas “Natas do céu”. A seguir ao repasto, fomos até ao monumento comemorativo da Batalha do Buçaco e visitámos o Museu Militar. Aqui também só se paga 1€/adulto, as crianças até aos 10 anos não pagam, e é um museu de propriedade do Exército Português. O museu foi inaugurado em 1910, aquando da comemoração do 1º Centenário da batalha. Como não puderia deixar de ser, este contém toda a informação e espólio da batalha. Tem duas maquetes com cenários de combate, onde podemos ter alguma noção do que se passou, peças militares, figuras uniformizadas e uma peça de campanha de 9 libras que tomou parte na batalha e respectiva guarnição. Aqui não é permitido fotografar. A capela que se encontra anexa (aliás, é o museu que se encontra anexo) está fechada à espera de restauro. Vale a pena visitar.
Daqui, voltámos a entrar na Mata, pela porta da Rainha e fizémos o sentido inverso. Deparámo-nos com uma das maiores e mais largas árvores aqui existentes, um eucalipto da Tasmânia, que foi plantado em 1882 e mede cerca de 60 metros. Ainda passei de fugida no Cruzeiro e, por engano meu, voltámos a sair pela mesma porta, a do Luso.

Terminámos o dia na fonte de São João, a encher os (apenas) 3 garrafões que tínhamos no carro, com a famosa água do Luso.

A seguir ao jantar, fomos até Coimbra, para observar a cidade à noite. Foi apenas uma volta de carro pelas ruas estreitas e aproveitar para tirar algumas fotos às repúblicas, à universidade, etc… mas infelizmente não ficaram nada de jeito pois a luminosidade era pouca.

- BL

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