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quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Reviver o passado em…

Malveira.

Este sábado aceitei o convite da minha Tia e madrinha e fomos passar o dia inteiro à Malveira, com ela e com a minha prima direita mais nova. Já há muito tempo que não passava nesta terra de ar sadio, onde passei muitos Verões da minha infância e adolescência.

Parte da minha família residia na Malveira, o meu bisavô chegou a ser presidente da Junta de Freguesia da Malveira e foi ele que conseguiu colocar luz, água potável e quem mandou arranjar a Mata onde tantas horas passei na brincadeira com os meus primos.

A minha Tia foi quem ficou com a casa dos meus Avós, e ao chegar lá foi um reavivar de lembranças, emoções, pessoas, festas, risos, amizade, carinho. Na verdade, é disto que importa lembrar, e foi isso que retive desses tempos. Foi engraçado entrar em casa e sentir aqueles flashbacks que nos remetem ao passado, passar em cada assoalhada e reviver momentos que ali passei com os meus Avós, que infelizmente, já não se encontram entre nós. É curioso como nós quando somos pequenos achamos tudo tão grandioso, e hoje as coisas parecem tão diferentes.

Na sala, existem imensas fotografias de família, e começámos a conversa por aí. Os netos, os primos, os avós, os tios, os pais, a família. Fotografias do princípio do séc. passado, fotografias de há 2 anos. Fiquei a saber que uma trisavó minha foi aia da rainha D. Amélia, que um bisavô meu era salazarista e que conhecia muito bem um ou outro membro do governo da altura, e que o outro bisavô que era militar foi preso devido a esse mesmo regime que o outro tanto adorara.

No corredor, um diploma do Conservatório do Porto que consagrava a minha bisavó como uma aluna de mérito. Ela foi pianista, tendo sido em tempos mais recentes, professora de piano. Foi ela quem iniciou a Maria João Pires nestas lides, coisa que a senhora parece ter ignorado. A minha Tia referiu orgulhosamente, que mais tarde a minha bisavó recusou o pedido de ensinar as suas filhas… (temos pena!)

Avançando… fomos à Mata da Malveira com os nossos filhotes. Mostrámos-lhes os célebre moínhos, apesar de estarem quase todos abandonados, o retransmissor da RTP onde um dia me deu na cabeça e fui desde casa dos meus Avós até esse ponto… e voltar para trás foi das coisas mais cansativas de que me lembro…, o parque infantil que hoje está todo remodelado, e onde há uns bons anos, agredi um cigano que me estava a tentar roubar um carro, e passado 5 segundos, temi pela vida quando me apercebi que ia servir de saco de pancada a meia-dúzia deles.

Após o almoço, fomos ao Jardim do Cerco em Mafra.

JCMafra Antes de entrarmos, aproveitei o facto dos nossos filhotes estarem a dormir para ir comprar uns fradinhos. :) Quando acordaram, entrámos no Jardim e, como é óbvio, o D. fartou-se de correr e brincar enquanto nós continuávamos a falar do passado. À saída, houve lugar à foto de família! :D Só não houve tempo para ir à Ericeira, mas fica para outro dia.

Acabámos com um jantar recheado com coisas da região, a carne, os legumes, a fruta… enfim, tudo do melhor.

No final de contas, adorámos ter passado o dia nesta terra,e eu ainda mais porque senti que me ofereceram uma infância feliz, que ainda hoje recordo com emoção.

- BL

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