
Antes de entrarmos, dei por mim a pensar noutros tempos em que eu era pequenito e ia ao Circo com os meus Pais e com o meu irmão. Eram as festas de Natal oferecidas pela empresa onde minha Mãe trabalha. Recebíamos prendas, um saquinho com guloseimas entre as quais as célebres sombrinhas de chocolate da Regina e chocolates de fruta da Triunfo, que eram do melhor! Até hoje não encontrei nada igual.
O circo em si era bom, e, das várias actuações, as que mais me ficavam na retina eram as dos leões e dos tigres, assim como as dos trapezistas.
Por isto tudo estava ansioso pelo show. Chovia copiosamente, e para estacionar o carro foi necessário dar uma data de voltas ao Rossio, Restauradores e Avenida da Liberdade. Acabámos por conseguir lugar a meio desta avenida e depois foi agarrar no D. e levá-lo ao colo até ao recinto do espectáculo.
Quando entrámos estava a acabar a actuação duma equilibrista, que foi seguida da primeira entrada do palhaço “Batatolas”. Até aqui nada a dizer, parecia ser uma actuação normal. O problema foi quando comecei a notar um certo padrão nas várias actuações. Parecia que estava a assistir a uma demonstração, ou seja, fizeram-me crer que aquilo era uma pequena amostra do que eles fariam num espectáculo dito normal. Os números eram muito curtos, sem imaginação alguma e os animais denotavam toda esta falta de alma. Os leões marinhos ainda se safaram, mas o elefante… bom, coitado, cada vez mais acredito que o lugar deles não é estar ali. A actuação dos trapezistas foi das melhores, e o D. segui-os sem piscar olho, em todos os seus movimentos. Acho que foi o número que ele mais gostou.
O que dizer dos palhaços que vieram fechar o espectáculo? Não tinham piada alguma, os sketches eram mais velhos que a Sé de Braga e não me baseio apenas na minha opinião, bastou olhar para o D. e ver a sua reacção.
Foi triste sair de lá desta maneira, depois de ter colocado as expectativas lá no alto. Ainda fico mais triste porque o D. não se apercebeu da magia, daquela mística do Circo que nos transporta para uma ilha de fantasia onde tudo é dourado e onde todos são felizes, mesmo que seja só por uma hora.
Não quero com este post fazer má publicidade ao circo em questão, pois tenho respeito pelos artistas e sei que a vida deles não é nada fácil, mas quis apenas demonstrar a minha frustração com esta experiência.
Em relação ao comportamento do D, foi praticamente de 5 estrelas. Teve um ou outro momento de aborrecimento no intervalo do espectáculo, o que é natural, mas tirando isto esteve muito bem. Só tenho pena que ele não tenha assistido a um bom espectáculo de Circo.
– BL
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